Marcola e 21 integrantes de facção criminosa de SP são transferidos para presídios federais

Por Portal Opinião Pública 13/02/2019 - 12:30 hs
Foto: Metrópoles

 

Os governos federal e de São Paulo iniciaram na manhã desta quarta-feira (13) a transferência de 22 integrantes de uma facção criminosa para presídios federais. Os presos estavam na Penitenciária 2, em Presidente Venceslau, no Interior de São Paulo.

A transferência de integrantes do PCC ocorre após o governo de São Paulo ter descoberto um plano de fuga para os chefes e ameaças de morte ao promotor que combate a facção no Interior de São Paulo. O PCC atua dentro e fora dos presídios brasileiros e internacionalmente.

Por volta das 7h50, todo o trânsito de acesso ao Aeroporto Estadual de Presidente Prudente foi fechado para a operação de transferência. Os presos saíram da penitenciária em carros da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Policiais das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), que estavam em Presidente Venceslau desde 5 de outubro de 2018, deram escolta aos carros da SAP.

Na edição do Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (13), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinou decreto autorizando a presença das Forças Armadas em um raio de 10 kms dos presídios de Porto Velho (Rondônia) e de Mossoró (Rio Grande do Norte).

Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública afirma, em nota, que “a operação é a primeira ação realizada com a participação da Secretaria de Operações Integradas (SEOPI) criada na atual estrutura do Ministério da Justiça e Segurança Pública”.

"Os presos, líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), custodiados em São Paulo, estão sendo transferidos com a escolta do Departamento Penitenciário Federal (Depen) e da Polícia Militar de São Paulo para as penitenciárias federais. O isolamento de lideranças é estratégia necessária para o enfrentamento e o desmantelamento de organizações criminosas. O trabalho integrado conta com a atuação da Polícia Militar, Polícia Civil e Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo, Força Aérea Brasileira (FAB), Exército Brasileiro, Coordenação de Aviação Operacional e Comando de Operações Táticas da Polícia Federal, além da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O trabalho também envolve ações de inteligência em conjunto com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A transferência ocorre em cumprimento à decisão da Justiça do Estado de São Paulo após pedido do Ministério Público de São Paulo", diz o texto.

O MP, por meio de nota, reafirmou que solicitou à Justiça que detentos ligados a facção criminosa em Presidente Venceslau fossem transferidos.

"Na semana passada, o Poder Judiciário acolheu o pedido do MPSP. Após a decisão judicial, a Secretaria da Segurança Pública, a Secretaria da Administração Penitenciária, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e o Ministério da Justiça tomaram as medidas cabíveis para a transferência de 22 presos, que está ocorrendo nesta quarta-feira (13/02)", diz o texto.

Dentre os 22, sete tiveram a transferência definida no ano passado por causa do envolvimento em crimes descobertos na Operação Echelon, como ataques de agentes públicos e assassinatos de rivais.

Na decisão de novembro, o juiz Paulo Sorci, da 5ª Vara das Execuções Criminais de São Paulo, diz que "essas considerações revelam o perfil de alta e incomum periculosidade do detento, situação peculiar que determina a sua remoção para unidade prisional especial, já que inviável sua permanência em presídio comum da rede estadual. Em conclusão, mostra-se imprescindível a inclusão e transferência do requerido para unidade de segurança máxima federal."

Os outros 15 estão sendo transferidos por causa de um plano de fuga frustrado para o resgate dele e de parte da cúpula.